terça-feira, dezembro 18, 2007

Hugo Gutierrez Vega (quem se habilita a comprar um livro dele diretamente do México?)

Análisis de una situación doméstica

Como si no supieras que la noche
toca ya en los antiguos ventanales,
como ignorando al astro que destruye
las risas de la tarde,
suavemente
persistes en la feliz tarea
de remendar las cosas, ocultar deterioros
y presentar las almas de la casa
"rotitas, pero limpia", preparadas
para la prueba de los buenos días.
Tejes el entramado de este clima
donde crecen los seres. Nunca notas
que esta bella y terrible serpiente de las horas
se va enroscando al fondo del pasillo.
Me dices con razón que es más bien bella
(nuestro miedo está al fondo del segundo adjetivo).
Pasan los días, se cierran los caminos
y nuestra condición construye puentes.
Corre el río, la tarde se diluye,
el crepúsculo invade las ventanas,
los bellos adjetivos reconstruyen
los cambios de la luz, se multiplican
los signos de la paz y tú sonríes
?esa sonrisa nos levanta el alma?
cuando la tarde oculta sus miradas.
Y como nada pasa, izamos velas
para cruzar el golfo de la noche.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

O descanso do fotógrafo

Falava de sua vida, durante um descanso merecido, após horas de pé, o fotógrafo mais velho. O mais novo escutava, tendo de aproximar o ouvido para distanciar os gritos adolescentes dos formandos e da música. O mais novo dos dois fazia apenas algumas perguntas, para rumar a conversa.
“Meu filho mais velho não vejo faz anos. Já é homem, já. Trinta anos, tem filho. Sim, sim, conheço meu neto. Mas não vou atrás. Ele sabe onde moro, quando quer, me procura. Culpa da minha mulher, se meteu com um homem barra-pesada. É isso aí, me deixou. Paguei pensão e tudo. Para homem você paga pensão até os vinte um, para mulher até os dezoito. Engraçado, né? É ao contrário. E se fizer faculdade, tem que pagar os estudos até o fim. Não, ele não fez não. Depois de um tempo, que ela me deixou, ela começou a ligar, me pedindo ajuda pra se livrar do barra-pesada. Mas eu não ajudei não, o que que eu ia fazer? E por causa dele eu não via meu filho. Mas teve uma vez que eu liguei pra ela, falando que ia lá ver o moleque. Ela disse que o cara estava lá, que era pra eu não ir. Eu disse que ia, não me importava com o cara, que eu ia ver meu filho de qualquer jeito. Chamei um amigo que era policial. Hoje é advogado, faz tempo que não vejo também. Ele ficou na esquina, segurando a arma do lado da cintura. Disse que dali, se o cara tentasse qualquer coisa era pá!, tiro no meio da cabeça. Fui até o portão e fiquei gritando o nome do meu filho, até que ele veio. O barra-pesada nunca apareceu. Esse meu amigo era gente boa, olha o que ele fez por mim. Eu devia procurar ele.”
O fotógrafo mais velho coçava os olhos insistentemente, no final da conversa. Depois de um tempo de silêncio, levantou-se e disse que ia ao banheiro. Deu um tapinha no ombro do mais novo, antes de seguir pelo labirinto de mesas e cadeiras.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Paint como eu pinto?

Gostaria de dar uma dica: o blog do Vitor Brandt - Paint como eu pinto?

Desenhos feitos no antigo e saudoso paintbrush, usando o mouse e nada mais.

muito bom!

na falta de palavras...

Como ando escrevendo pouco, muito pouco, resolvi adicionar um paliativo: aí do lado vocês podem achar coisas que ando escutando no last.fm

façam bom proveito