vontades de Luíza
Primeiro, passar do alto apartamento a uma casa, térrea (caminho inverso, será?). Depois se livrar dos abajures estranhos, comprados em tardes tediosas das quais nem mais se recorda, e substituí-los por plantas (menos luz produzida, mais luz necessitada). E agraciá-las com sua atenção, com o mesmo afinco com que lia a coluna social, buscando seu nome, notícias pequenas, que alimentavam algo que agora não tem mais fome. Depois, ouvindo música junto às plantas, num quintal pequeno, com o espaço de um balanço e uma casa de cachorro, repensar tudo aquilo que ensinou a seu filho, que já está chegando a idade de avaliar todo esse ensinamento e se voltar contra ele. E assim que aprender a língua das plantas, tentar as flores, muito mais delicadas e efêmeras, com seus caprichos e humores. E depois das flores, um cachorro, aquele que proibiu a seu filho. E só depois, depois de todo esse reaprendizado, desbrutalização, voltar-se para si, com novos espelhos.
3 comentários:
Fudge,
esse seu texto se parece um pouco com o universo dos escritos do Márcio...Te parece também?
beijos
hmmm, talvez, dont know
fico feliz em lê-lo de novo!
Bonito o texto!
Postar um comentário