Conto de natal
Muitos imaginam poder voar e deixam janelas para abraçar o chão.
"De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra - como um lápis numa península". Manoel de Barros em Livro sobre Nada
Muitos imaginam poder voar e deixam janelas para abraçar o chão.
rabiscado por Guilherme às 21:09 3 comentários
assunto: microconto
Impossível não ver em cada texto um recado. Nem imaginar que os gestos carregam tanto mais do que o ar movido em seu breve movimento. Há símbolos demais no mundo. Uma árvore, se vista na rua, é uma árvore. Se vista numa fotografia, ao laod de uma criança, é a vida, suas raízes, o passado e o futuro. Anoto um trecho qualquer em meu caderno. Posso apenas ter gostado do som daquelas palavras postas umas atrás das outras. Mas se divido isso com alguém, pode ser o sinal da minha felicidade ou tristeza, do meu desespero escondido que se mostra como a ponta de um iceberg. Os próprios icebergs se tornaram outras coisas que não apenas um imenso bloco de gelo (que até pouco tempo atrás era eterno). E esse texto aqui não é signo de nenhuma outra coisa, apenas uma constatação de que o mundo está cada vez mais pesado, cada coisa está se multiplicando em mil outras.
rabiscado por Guilherme às 20:09 2 comentários
assunto: pensamentos