tristeza
Quando a tristeza escorre pelas calhas,
Bueiros, sarjetas, desce dos portões e janelas,
Envolve os postes, explode o amarelo das lâmpadas,
Tristeza como a chuva...
A rua torna-se rio caudaloso, a tristeza
Carrega os carros, motos, lixeiras, ambulantes,
Os cachorros sem dono, os motoristas impotentes,
(Mãos no volante, sem nada guiar...)
Este rio que engole o próprio caminho,
Estranhamente não deixando rastros,
Apagando rostos,
Um dia chega ao mar,
Tudo chega ao mar,
A violência do caminho para na calma
Das ondas, que completam seu ciclo
Embaixo de um céu estrelado, ou dum céu cinza,
Ou de chuva ou pôr-do-sol,
Mas calmo,
A calma violenta e serena do mar.
2 comentários:
Guilherme poeta.
Lindo lindo seu poema..
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