As palavras
Milton Hatoum, em Dois Irmãos:
"Louca para ser livre". Palavras mortas. Ninguém se liberta só com palavras.Parei neste parágrafo, quando lia o livro. Ruminei uns pensamentos pela metade, e o som virtual de minha voz ficou ecoando estas palavras na minha cabeça. Eu encontrei algo nas palavras, algo que não posso tocar, e que, quando penso sobre, não sei como definir. Encontrei algum tipo de consolo, algum veículo para desesperos e certezas temporárias. Já questionei, em diversos pequenos escritos, o poder da palavra sobre mim e sobre meu imaginário. Busco algo através delas, será libertação? E muitas vezes, nesta dinâmica, vi que isto era impossível, e mesmo assim não deixei de tentar. De tudo que começo e páro (faço isto bastante), nunca parei de escrever. Sinto angústia diante da inutilidade das palavras, mas sinto também que é o veículo que me aceitou, no que eu o aceitei. Não me liberto com as palavras, mas tento libertar algumas delas de mim.
Um comentário:
Lendo Manoel de Barros aqui , pensei no que vc escreveu.
(ia copiar e colar pedacinhos, mas tudo é mais legal)
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