segunda-feira, setembro 29, 2008

noite

Considerei o riso entre estranhos
Uma dádiva divina,
Como se contivesse mais do que se via

(como se fosse possível a água,
Ao transbordar de um copo,
Não escorrer pelas laterais
E sim subir
E continuar subindo,
Uma coluna de firme fragilidade)

Considerei este riso e mais:
Os meio-abraços,
Confissões com hálito de álcool,
Gestos desmedidos
De leveza premeditada

mas as metáforas
mataram a noite

Tudo que eu escondia
Apareceu em meu olhar
Quando o encontrei num
Esfumaçado espelho:
Não me reconheci
E pensei estar vendo o mundo
Ao contrário

sexta-feira, setembro 26, 2008

para ela

Faz alguns meses que não escrevo aqui. Nunca foi algo que me tirou o sono, mas talvez valeu um bocejo a mais ou a menos - praticamente parei de escrever e o blog parado é um dos sintomas (ou consequências). Mas, lendo o blog da minha querida (que achava também estar parado), vi que ainda há motivos para escrever.

Claro que não me veio nada genial à mente, nem uma enchurrada de poesia inundou meu quarto e levou meus livros pelo bueiro. Claro que não vou perder noites de sono nem os sonhos vão perder sua qualidade de noite, escuros em seus mistérios de memórias sem começo nem meio.

Mas o importante é que há um motivo muito claro e simples e bonito e justo e exato e etc - escrever algo porque ela gosta das minhas palavras, escrever algo porque entre tantas, ela escolheu as minhas.

então escrevo esse grande nada, cheio de tanta coisa.