Divagações sobre um cacto em forma de coração
Um coração de espinhos acende o centro da sala,
luz sobreposta nos poços de sombra,
penumbra escorrendo pela parede
feito um rio desalinhado.
Talvez fossem resquícios de sonhos,
antigos vícios, outras luzes,
outras paisagens.
(um coração em forma de cacto,
ou um pacto contra o deserto dos dias)
Talvez uma lembrança que ali nasce,
logo antes de acontecer.
Uma surpresa aguardando sua vez,
pequenas revoluções que não entram
nos livros de história.
Um coração de espinhos nasce no centro da sala,
e um dia nascerá como outra luz, vício saudável,
uma nova paisagem.
(os espinhos nada mais são que raios de luz
congelados em seu início,
resquício do tempo inerte e inacessível:
o Tempo)
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