sábado, outubro 10, 2009

Mantra

Estar perdido nas próprias palavras,
quando se acorda logo de manhã e
o sol já desistiu da janela.
Nenhum traço de luz nos lençóis,
nem de voz no vão do quarto.

Cada vogal toma seu tempo
e erra.
Cada consoante interrompe o ar
e erra.

Errante entre o espaço exíguo,
(a vida às vezes venta leve
e violenta os olhos cansados)
exilado, exímio em não saber
estar, estando como pode,
até não mais caber em si.
Buscar um nós que não mais está...

Ao tatear palavras tatuadas no corpo,
no torso arqueante,
que respira a vida leve e a devolve
pesada, pesada.

Pé após pé,
o mantra que canta
enquanto a melodia
se cansa.

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