Do sono
Desde algum tempo
(os dias para mim são movediços,
difícil defini-los),
já não posso dormir tranquilamente.
À noite, sons de passos enchem
meu quarto de presença impessoal
e pela janela entram sirenes
que conduzem meus sonhos às pedras.
De manhã o sol incendeia a cama
e enchem meus olhos de vermelho.
Os pássaros fazem alvoroço
e brincam de ser galos.
Provável que os motivos
não sejam apenas exteriores.
Provável que a noite seja
apenas um estado de espírito
e que a manhã nada mais
que um golpe de estado.
E que as sirenes que me chamam
de certa forma voam em mim
e os pássaros são flechas
contra um silêncio forçado.
Um comentário:
poutz, que foda... vc continua um dos meus escritores favoritos ;)
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