segunda-feira, novembro 13, 2006

cherchez la femme (pequenos retratos)

Seus olhos têm qualidade de noite: se mostram ao esconder, firmes como a coluna de luz da lua à minha janela. E não qualquer noite, algo nítido como o ar após a chuva. O corpo anda em linha reta, pois ignora as curvas do mundo, um quase flutuar. E, como a noite, é curiosa, argüi, questiona, te olha séria e depois sorri, como se tudo fosse uma grande brincadeira. Perguntariam-me: como qualidade de noite, se ela é dourada? Eu diria que não souberam a ver – tem muito da noite no sol, e tudo contém também aquilo que esconde.

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