ouro negro
ela chegou no bar, apressada, tentando controlar seu corpo para que não suasse. ela sempre tentava o impossível. no reflexo do vidro ajeitou seus cabelos. procurou nos rostos algum traço conhecido - ele não havia chegado. olhou o relógio do celular. conferiu o horário no relógio do bar. meia hora se passou e nada dele. tirou o brilho da bolsa e passou na boca. dispensou alguns homens que se aproximaram com um olhar distante, olhar de quem espera alguém. viu o vidro ser molhado pela chuva que iniciava. estudou novamente os rostos. estranhos, duros, nada amigáveis. não devia estar ali sozinha. outra meia hora passou. o celular tocou. o identificador mostrou que era ele. atendeu. guardou o celular. passou os olhos novamente pelo bar. algo em sua expressão devia espantar os homens. nenhum outro se aproximou. o vidro do bar já era só chuva. saiu do bar e subiu a rua pelo asfalto dourado. em dias de chuva os postes transformam o asfalto em ouro negro.
Um comentário:
fala cara, gostei da casa nova... tá ativo hein? bom, só passei pra dar um alô... abraço!
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