terça-feira, novembro 21, 2006

uma casa num sonho

Estranhei as vísceras expostas

da casa vazia,

que não cedia ao fogo invisível

nem ao vento, nem à noite

que invadia meu sonho

e me roubava a paz.



Mas a casa ardia o sangue derramado

de chama contida,

não cedia nem fazia alarde –

desafiava os gritos

e clamava por constância,

tão rara ao fogo e ao incêndio.



Continuava assim,

como se fosse possível ser

para sempre chama

sem tornar-se cinzas.

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