uma casa num sonho
Estranhei as vísceras expostas
da casa vazia,
que não cedia ao fogo invisível
nem ao vento, nem à noite
que invadia meu sonho
e me roubava a paz.
Mas a casa ardia o sangue derramado
de chama contida,
não cedia nem fazia alarde –
desafiava os gritos
e clamava por constância,
tão rara ao fogo e ao incêndio.
Continuava assim,
como se fosse possível ser
para sempre chama
sem tornar-se cinzas.
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