segunda-feira, novembro 13, 2006

Pat Metheny - Midwestern Nights Dream

Pat Metheny - Midwestern Nights Dream

O clima é de serenidade. O cheiro e a nitidez do ar logo após a chuva. A música “fala” de uma noite que nunca vi, uma noite distante. Fala de um sonho que não se explica, que se sente. Há quase uma ausência de melodia, é puro clima. Música que pede um filme só para ela. A guitarra introduz o sonho, depois vem o baixo que desenha uma quase-melodia, a bateria marca um outro ritmo, que não se impõe, cambiante como tecido de sonhos. Talvez não o sonho, mas sua lembrança, tentando se repetir e repetir como um mantra, as palavras(ininteligíveis) sendo repetidas até não mais serem palavras, serem apenas som, levando a mente a se desligar de significados – o puro significante. Tudo isso até que o baixo se liberta da repetição e leva o desenho da quase-melodia para frases mais construídas. A guitarra se cala diante da nova construção, a bateria abusa dos pratos que espalham brilho pelo espaço sonoro. Aí o baixo novamente encontra outro mantra. É como explicaram a iluminação, o nirvana – “antes da iluminação as montanhas são montanhas e os lagos são lagos. Durante a iluminação as montanhas deixam de ser montanhas e os lagos deixam de ser lagos. Depois da iluminação as montanhas voltam a ser montanhas e os lagos voltam a ser lagos”. A música termina em fade, poderia continuar para sempre.

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